Qual o melhor Calcário? Calcítico ou Dolomítico?

Publicado em 1 de junho de 2018 - Categoria: NOTICIAS


No momento da compra do calcário, o produtor deve observar aspectos técnicos e econômicos. A equipe comercial da Mega Safra está preparada para orientar o agricultor. Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

Infelizmente, devido aos preços elevados de frete em algumas regiões distantes das fontes do corretivo, apenas o aspecto econômico tem sido observado em muitos casos. Isso pode levar a sérias conseqüências futuras de desbalanços nutricionais no solo, com redução de produtividade das culturas. Esse é o foco de discussão desse artigo.

Primeiramente, deve-se esclarecer que existem diversos corretivos da acidez no mercado, como cal virgem, cal hidratada, escórias, dentre outras. Nesse artigo dar-se-á ênfase ao calcário, que é o principal corretivo da acidez utilizado.

Tecnicamente as características mais importantes do calcário são os teores de cálcio e magnésio, expressos respectivamente em percentagens de CaO (óxido de cálcio) e MgO (óxido de magnésio); PN: poder de neutralização e RE, reatividade do material, que depende principalmente da sua granulometria.

O poder de neutralização (PN), juntamente com a reatividade do corretivo (RE) define o PRNT (poder relativo de neutralização total), que é um índice muito utilizado na escolha de calcários no Brasil.

O calcário é classificado em calcítico, magnesiano ou dolomítico quando apresenta menos de 5% de óxido de magnésio (%MgO), de 5-12% de MgO e acima de 12% de MgO, respectivamente.

Dessa forma, antes de escolher esse ou aquele calcário, o produtor deverá exigir do fornecedor a comprovação através de análise em laboratórios confiáveis dos atributos citados acima. E daí? Quando usar um calcário calcítico ou dolomítico? Para que serve as percentagens de PN e RE, etc. e tal?

Para responder a primeira pergunta, será feito um breve relato de situações vivenciadas na prática. É comum observar em algumas regiões brasileiras solos já corrigidos com teores de cálcio e magnésio muito próximos (ou seja, relação próxima de 1:1). Por que isso aconteceu? Normalmente, essa situação acontece em regiões cuja fonte única de calcário é o dolomítico ou magnesiano. Essa situação pode ser verificada, por exemplo, em solos da região Centro Sul do Paraná, devido aos altos teores de magnésio do calcário da região.

Essa situação não é tão preocupante quando o teor de cada elemento estiver em níveis adequados. Segundo estudos do Instituto Agronômico de Campinas (Boletim 100), pouco importa a relação cálcio: magnésio no solo, quando os níveis desses nutrientes estiverem adequados para as culturas. Dessa forma, com base na análise de terra ficará fácil para o técnico definir qual tipo de corretivo utilizar.

Se os valores forem preocupantes, a maneira mais simples de solucionar o problema, caso haja necessidade de calcário, é utilizar dessa vez o calcítico. No caso de solos com acidez corrigida, uma maneira de aumentar a relação desses dois nutrientes seria a utilização do gesso agrícola, objetivando-se, nesse caso, simplesmente aumentar o cálcio.

Uma situação inversa, muita observada em certas regiões de Minas Gerais, são teores extremamente baixos de magnésio no solo, em regiões com predominância de calcário calcítico. Nesse caso, muitos produtores têm optado em utilizar, erroneamente, o calcário calcítico presente na região, sem considerar os possíveis problemas que irão ocorrer de médio a longo prazo.

Com certeza, o principal problema a longo prazo será baixo teor de magnésio do solo. Para exemplificar a importância desse nutriente às plantas, basta dizer uma de suas funções, nada mais é que ser o átomo central da molécula de clorofila. Pigmento responsável por captar a energia luminosa, que posteriormente através do processo da fotossíntese, transformará o gás carbônico em carboidratos, proteínas, gorduras, etc.

Nesse caso, a deficiência de magnésio ocorre em solos com pH acima de 6 a 6,5 e com baixos teores de alumínio, ou seja, com acidez corrigida. Nessa situação, não se pode utilizar a fonte mais barata de magnésio, que é o calcário dolomítico em área total, devido à acidez do solo já estar corrigida.

A primeira saída do produtor para corrigir o problema seria adaptar uma terceira caixa na plantadeira, para aplicar calcário dolomítico na linha de plantio. No entanto, operacionalmente, essa saída pode ser bem difícil.

A melhor alternativa operacional tem sido utilizar óxido de magnésio, aplicado em área total. Essa prática tem mostrado excelentes resultados agronômicos, porém é de alto custo, pois óxido tem “preço de adubo”. A adição de magnésio à formulação NPK não tem mostrado bons resultados, devido às baixas quantidades do nutriente, que é possível adicionar na fórmula.

Para finalizar, a melhor forma de evitar essas situações é no momento de iniciar as correções do solo utilizar o calcário adequado, nas aberturas de áreas, por exemplo. Deve ser avaliado o custo/benefício de um frete para buscar o calcário dolomítico em determinada região, comparado a comprar óxido, que geralmente vem de outra localidade ou Estado da Federação com “preço de adubo”.

Os valores de PN e RE também devem ser utilizados a favor do produtor. Quando o produtor for escolher entre calcários com mesmo PRNT, porém com percentagens de PN e RE diferentes, deve-se optar por aquele que apresentar o maior PN. Isso se justifica pelo fato de que o PN representa a porção do calcário que tem capacidade de reagir no solo, corrigindo sua acidez, ou seja, um produto com PN de 90% possui 10% de ingredientes que não neutralizam a acidez do solo.

No exemplo citado acima, se esse calcário apresentar um RE de 100% ele teria um PRNT (multiplicação de PN * RE/100) de 90%. Poderia existir no mercado outro calcário com PRNT de 90%, mas com PN de 100% e um RE de 90%. A segunda opção é mais interessante, pois 90% do corretivo iria reagir em três meses, como o calcário anterior, mas ainda haveria 10% (RE=90%) de residual,que reagiria após o tempo teórico de três meses. Essas considerações evidenciam um pouco mais os cuidados que se deve ter na escolha do calcário, para não haver surpresas futuras. Nos próximos artigos, serão dadas mais informações sobre o processo de construção da fertilidade dos solos. Fique de olho !!!!

Fonte: www.gestaonocampo.com.br

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